O meu Mundo é único, intenso e diferente.Minha alma já partiu a muito tempo, eu vivo pelos outros, pois eu não deveria existir, vivo pela minha avó e prima e é claro meu trabalho. Sabe, dizem que sua alma se parte se mata alguém.O que será que acontece quando se vira um assassino?
terça-feira, 31 de julho de 2012
3. Meu inferno particular
- Você é um IMBECIL!- agora millena estava com raiva de mim?
- Não briguem. Por favor!- minha avó estava chorando, me odeio nessa parte.
- Então você quer que eu sinta orgulho de ser abandonado, ignorado é isso? Nenhum deles me quis, por que eu tenho que amá-los?- a ideia é tão ridícula que tive que rir.
- Beatriz teve que seguir essa oportunidade, ela agora é uma incrível arquiteta. - minha avó sempre tenta defendê-la.
- Claro! E deixa o filho por sete anos, e quando chega tenho que recebê-la com os braços abertos e para completar o meu papai querido é um bêbado, desempregado nunca me deu um centavo, a única vez que me encontrou foi por acaso além de tudo, disse que eu era um bastardo que minha mãe era uma piranha e tinha saído com todo mundo, e queria me bater, eu tinha 8 anos de idade, estávamos no meio da rua, desculpe vocês duas eu tenho outro conceito de amor.
Peguei a chave do meu carro novo em cima da mesinha - em outra ocasião eu tinha parado para admirá-lo - abri a porta com muita raiva, sentei no banco de couro, o cheiro de novo sempre me agradava, mas não estava adiantando nada, me senti um lixo.Liguei o carro, sai da nossa casa, dei uma olhada pelo retrovisor, me lembrei de tudo que batalhamos, construímos, passamos por cima de todos os nossos problemas, respirei fundo tentando colocar minha cabeça no lugar, o segurança abriu a cancela pisei fundo no pedal, eu queria esquecer.Minha vida nunca foi muito fácil, minha mãe sempre me deu muito amor isso para mim é o bastante, eu não me importo com meus verdadeiros pais, talvez esse seja o problema, eu não sinto nada por eles nem desprezo, estacionei na praia, comecei a lembrar do dia que trouxemos Millena na praia, ela virou um bife a milanesa de tanto rolar na areia, eu estava me acalmando com as boas lembranças, coloquei Legião pra tocar, fechei meus olhos e me deixei levar, acordei com um susto, alguém batendo no meu vidro, olhei de relance ainda de surpresa, as mãos dele tremiam, os olhos olhavam o tempo todo pra rua - um viciado talvez , que falta de sorte pensei comigo - ele esta tentando me roubar? abaixei o vidro como um bom ingênuo e disse:
Sim. – Olhei para ele, ele estava com um canivete ou estilhaço de vidro, isso só melhora a cada momento.
- Sai do carro, perdeu playboy, perdeu. - Disse o traste.
Eu não entro com arma em casa, fica sempre no carro, só tem uma dentro do meu quarto muito bem escondida, puxei minha Smith & Wesson .40 cromada com coronha banhada a ouro e com cano personalizado com meu nome Bernardo, disfarcei muito mal me espreguiçando, peguei a arma e sai do carro.Ele parecia até feliz, num único movimento engatilhei e apontei a arma no meio da testa do infeliz e disse meu texto decorado de anos:
- Você não sabe com quem está encarando, sorte sua que estou com paciência hoje eu vou te dar meio minuto para desaparecer da minha frente, - a expressão dele mudou da água pro vinho - e saiu correndo pedindo ‘desculpa 'seu' polícia’ como se desse pra comprar com o salário que um policial ganha um carro desse, – um Azzera último modelo completo – nossa 02:30hs da manhã, não dava mas pra ficar longe de casa estava morrendo de saudades das duas, dei partida no motor acelerei e voltei pra minha casa num condomínio fechado no Recreio dos Bandeirantes, estacionei e entrei me joguei no sofá - a nossa casa era moderna e confortável minha mãe a transformou num Lar - e eu adoro, tudo é tão macio as vezes eu durmo no sofá mesmo, desabotoei a blusa e a tirei, subi as escadas devagar, bati na porta do quarto da minha mãe, e ouvi:
- Entra! – abri a porta e Millena estava deitada na cama dela.
- Pra sua cama mocinha está tarde! - ela me olhou de cara feia.
- Você não manda em mim, Bobão! - respirei fundo.
-Ele Tem razão Mimi, você tem escola amanhã, Boa Noite!
- Ainda estou chateada demais com você para dormir Berna.
- Então eu vou te arrastar da cama Mimi e te jogar na van do jeito que você estiver as 07:30hs. – Ela bufou, mas foi dormir me dando língua ao sair.
Eu me sentei ao lado de minha mãe na cama e olhei para o chão sem saber aonde começar me virei e a encarei:
- Desculpe mãe, me exaltei, sinto muito ter gritado com a senhora.
-Meu filho, eu sinto muito sei o quanto essa história te abala, eu só queria que vocês se entendessem. – Eu pude perceber que ela havia chorado me senti pior ainda então a abracei.
- Minha mãe é você e eu te amo! – ela sorriu e me abraçou.
- Eu sei o quanto você faz por essa família Bernardo, às vezes eu acho que é carga demais para você suportar filho.
- A senhora já vez muito por mim e por Mimi é minha vez agora, a senhora também tem que dormir Boa Noite. – um sorriso apareceu então está tudo bem.Eu saí devagar, abri a porta do quarto de Millena parecia já no último sono, agarrada ao travesseiro, elas não dormem enquanto eu não chego, não pude de deixar de sorrir; um bebê que virou menininha dos meus olhos, pré-adolescência, agora pensa que manda no próprio umbigo, tem muitas coisas que deixo relevar, mas ultimamente ela só fica uma graça dormindo, ela tem tudo que uma garota pode querer computador, tv, um celular moderno, um quarto decorado do jeito dela, patricinha desde 2 anos de idade, suspirei , fechei a porta e fui pro meu quarto dos sonhos, tv ,frigobar, video game, laptop, cama confortável, móveis modernos ,todos os quartos da casa vem com banheiro; tirei minha roupa e tomei uma ducha tentei relaxar botei uma sunga e deitei na cama; 03:20hs, eu não tenho uma boa noite de sono há anos desde que tudo começou ,então fechei meus olhos ...
Era de manhã o sol entrava meu quarto à dentro, eu sonhei com alguns rostos, mas todos desfigurados não teria um bom dia.
Tomei uma ducha, depois do treinamento eu sempre sinto que estou sujo, segui minha rotina da manhã, desci as escadas, tomei meu café, 6h da manhã, um silêncio que reinava, minha mãe levantaria daqui a meia hora, subi as escadas eu sempre tiro Millena da cama, entrei no quarto dela abri a cortina junto com o blecaute, ela se revirou na cama, com o cabelo todo desgrenhado, quando dormíamos juntos no tempo de bicho papão ou medo do escuro, ela se mexia demais isso não mudou com o tempo
.- Millena levanta. - a sacudi, pra que despertasse.
- uhnn.- um grunhido -Foi o único som que ouvi.
- Millena 06h15min, levanta, se continuar assim vai se atrasar!
- Mas 5 minutos Berna, eu estou sonhando com meu Kayky Brito.
- Depois ele te leva pra tomar sorvete, levanta. - Nunca entendi a graça nesse moleque.
- Chato você em! - enfim levantando da cama.
Missão comprida, ouvi o barulho do quarto ao lado, bati e entrei minha mãe sempre parece, mas frágil de camisola, porém mais linda do que nunca sorri e disse:
- Bom Dia mãe! - Vê-la, de manhã me faz ganhar o dia.
.- Bom dia Berna, indo ao escritório? - ela me rondava, pra saber se iria para o de trabalho de fachada ou meu verdadeiro.
- Vou ao escritório, volto para almoçar em casa. - até que tudo não era mentira.
.- Vá com Deus meu filho. – Só balancei a cabeça.Depois de tantos anos ela nunca desistiu de mim, saindo do quarto dela, indo para meu carro, me lembrei do primeiro dia quando tudo começou, quando a Beatriz me deixou na antiga casa da minha mãe, ela disse que era por uns cinco anos, que a faculdade era longe, fora do estado, iria abrir uma filial por aqui – papinho pra boi dormir – minha avó concordou, seria a última chance dada pelo meu avô Bruno a ela, ele lhe disse o seguinte: Não quero meu neto passando fome, aquele desgraçado te usou e te descartou como um objeto, então faça essa faculdade e não faça com que eu me arrependa depois. Então ela se foi e me deixou, - um bebê de cinco meses com uma senhora; quem faz isso? – então eu fui crescendo chamando minha avó de mãe, ela dizendo que era minha avó, e que minha mãe estava longe estudando para dar um futuro melhor para mim, eu nunca entendi nada com nada, minha avó que me alimentava, vestia, levava e buscava na escola, brincava comigo, me batia também, – pois nunca fui o mais quieto – tinha vezes que saia correndo, mas nunca dava certo, ficava com fome, voltava pra casa e apanhava dobrado, mas minha mãe me ligava, me dava presentes, porém eu achava que ela era minha madrinha, conversava com as crianças da escola e elas falavam que madrinha de batismo e essas coisas eram assim mesmo, quando tinha sete anos ela voltou – recordando agora acho até engraçado, – mas no dia fiquei revoltado - foi mais ou menos assim, minha avó recebeu um telefonema uma semana antes do dia da chegada dela com o namorado, um tipo até simpático mas nunca tive qualquer contato com ele. Quando eles chegaram estava tudo organizado, cada coisa no seu lugar, em pleno sábado dia de futebol, eu já estava com raiva chegou beijando e abraçando trazendo presentes, fazendo o tipo simpática e carinhosa, conversa vai – conversa vem, ela falou: Você não lembra, mas eu sou sua mãe lhe dei a luz, seu pai não quis compromisso... coisa e tal... ...Isso eu já sabia, eu achava que o marido da minha vó que era meu pai já falecido, mas ouvindo aquilo.
Quando eu entendi, falei bem sério, -‘cê tá brincando né.
Ela me respondeu – não meu filho.
Eu disse – não me chame de filho você não é a minha mãe.
Eu sempre fui assim, malcriado respondão, minha avó dizia que a irmã dela era assim - minha verdadeira mãe me repreendeu – o tal namorado tentou conversar.
Então eu disse: Estou com muita raiva, quem você pensa que é? Me deixa aqui com a minha mãe, avó, ou sei lá, você nunca veio me ver, ela tentou se justificar e eu não quis escutar, mandei-a embora, não queria saber dela, pois o nome da minha mãe se chamava Angela, saí da sala troquei de roupa e fui jogar bola, mas não voltei pra casa enquanto o carro que eles vieram não saiu da frente da casa, quando entrei foi um inferno, minha mãe falou, brigou, quase me bateu, porém o que eu havia dito estava correto e verdadeiro. Minha relação com essa mulher é assim até hoje, Não dou nem bom dia. Já dentro do carro, dou a partida em direção a Barra, onde sou gerente de uma grande imobiliária, a qual lógico tem sua função (lavar dinheiro sujo). Liguei o rádio, passei por cada estação lentamente, deixei num sambinha mesmo, começou um engarrafamento, decidi voltar as minhas lembranças dos sete aos trezes anos, Mimi veio nessa época, foi um porre, Beatriz me perturbando o tempo todo, foi quando explodi. Numa reunião de família forçada pela minha mãe, acho que foi quando elas acreditaram que eu não iria mudar, na confusão fugi para casa do meu melhor amigo, o Renam, ele foi para a minha escola quando tinha uns dez anos, eu era bolsista, minha mãe conseguiu para mim por intermédio de um amigo, O Renam não, ele pagava a mensalidade e era cara, bem cara, apesar de tudo, crianças quando querem são malvadas, implicavam com ele por ser magrinho e usar aparelho, primeiro deu pena, aí comecei a puxar papo daqui e de lá, ele pareceu legal, depois de começar-mos a andar junto, comecei a comprar as brigas dele, e então, como os meninos já sabiam que eu não era de levar desaforo para casa, pararam. Nós não tínhamos nada em comum, eu curtia correr, joga bola, soltar pipa; já ele, de ver televisão, desenho; eu gostava de matemática, problemas e cálculos, acabei me formando em administração; ele de biologia; eu dormia muito nessa aula; ele agora terminando a faculdade de medicina e se especializando em cardiologia, no começo a gente só olhava as garotas, curtia com a cara um do outro, bom até hoje é assim. Quando eu conheci o pai dele, o sr. Roberto Mello Andrade, meu chefe hoje em dia, ele me pareceu legal viajava bastante, Renam nunca me dizia ao certo o que ele fazia, mas quando voltava trazia tantos presentes, mas meu amigo não ficava muito feliz e eu não sabia o porquê, pois, garotos ricos eram meio complicados, era bom quando ele me emprestava alguns de seus presentes, algumas roupas ou algo assim, mas minha mãe não gostava e mandava eu devolver tudo ,era verdade que não ficavam muito tempo juntos, ele e o pai, mas os presentes eram pra compensar a falta de tempo, pouco conversávamos sobre isso, ele não me dizia muito, então eu contei sobre minha desgraça , tentei mostra que o pai dele gostava dele, ele dizia que sabia disso, mas era sempre a mesma coisa a mesma reação, então deixei pra lá só fui entender depois. Apresentei-o à minha mãe, ele passou a ficar muito lá em casa, o pai dele gostou da minha mãe, - até demais pro meu gosto - voltando a realidade cheguei ao escritório um prédio de cinco andares com subsolo para estacionar procurei minha vaga de sempre, - gerente administrativo é o que diz na placa - pena que é que essa não é a minha realidade.
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Aos meu amigos que me dão apoio para escrever,
ResponderExcluirdesculpe a demora,fiquei sem computador,fiquei sem tempo, comecei em um novo trabalho,meu avo ficou doente e veio a falecer.Mas Obrigado!
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