sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

2. Historia do terror (uuuuuuhhhhhhhhhhh!)



- Mimi, você conhece ela muito bem. - Percebi o desconforto na voz dela, ela também se estressava em alguns trechos.
- Conta vó não tem nada pra se fazer em pleno escuro. - ela devia estar tão entediada como eu, porém...
- Vá ler um livro, chata!- Porque agora? Para que relembrar, eu odeio isso.
- Ela não pode forçar a vista Berna. - Minha avó disse, derrotada, era raro não fazer o que nos queríamos.
- Está bem, Mimi. Muito tempo atrás minha irmã Fernanda e eu fomos largadas no mundo! Estudamos, trabalhamos, e, conhecemos os nossos maridos num baile da faculdade: muita musica, muita bebida, gente passeando pelo recinto, rindo, dançando, naquele momento nós estávamos bebendo uma cerveja. Foi quando chegaram dois rapazes e sentaram-se no bar, nós estávamos em uma mesa um pouco afastada da multidão, cansadas de tanto dançar. Os dois não paravam de olhar até que Fernanda percebeu:
- Mana, tem gente nos admirando. - ela me disse.
- Eu vi quando chegaram Fefe.
- corei naquele momento.
- E você nem me avisa??
- Eu já tinha visto aquele olhar, interesse sem compromisso, Nós morávamos juntas nessa época, ligavam muitos, mas ela nunca levava nenhum a sério.
- Piranha, ahg ram – Bernardo  Pigarreou - queria dizer  mas algumas coisas, mas deixei pra lá.
- Continuando - minha avó me lançou um olhar meio fulminante. - eles se levantaram, a musica estava alta, porém eu não me lembro qual era.Os dois vieram a nossa mesa, senti um frio na barriga, Fernanda riu, ela era melhor em flertar que eu, olhei para cima e ambos deviam ter 1,80 ou 1,85, eles também riam, eu estava entrando em crise não sabia o que fazer.
- Relaxe. - Fernanda sussurrou para mim.
-Oi. – Disse o moço claro com tatuagem, ele se dirigia a mim, mas minha língua me traia.
- Oi rapazes se perderam ou brigaram com o barman?- Fefê, sempre foi simpática.
- Nós estávamos lá do outro lado, mas concordamos que poderíamos estar em melhor companhia. Disse o outro rapaz, mas moreno que o de tatuagem, Esse tinha os olhos verdes.
-Nós duas rimos não deu pra segurar, Fefê  me olhou e fingiu que estava pensando no assunto.
-Então anjo o que você acha?
- ela sempre me chamou de anjo ou Madre Teresa, pois ela me achava muito boazinha.
- eu não sei Fê. Acho que não da pra confiar, vai que sejam psicopatas?
- rimos de novo e eles também.
- Eu prometo fazer só o que você quiser. - o de tatuagem disse para mim. Eu ri para ele e olhei para minha irmã ela se divertia um bocado.
-Está bem garotos. Sentem-se, conversamos por horas, então eles finalmente se apresentaram.
-Meu Nome é Marcos e meu amigo se chama Bruno. - Então o tatuado se chamava Marcos? Eu pensei que ele ia fala um apelido, ou algo do tipo.
-Então você se chama Bruno? - Fefê lhe perguntou.
- Sim. -Eu deduzi que ele era tímido, porque ele era o que menos se falava.
-Eu me chamo Fernanda e minha irmã Angela. - Ela riu para ele e se levantou.
-Então vamos dançar. -ela o puxou pelo braço e foram pista adentro.
-Marcos, vocês estudam na nossa faculdade a UFRJ? – chama-lo pelo nome foi estranho.
- Sim eu faço letras e o Bruno direito, estamos quase concluindo, aleluia! – ele levantou as mãos para o céu, eu ri.
- Eu faço medicina e Fefê música. – ele me olhou com certo interesse, eu devo ter corado.
-E você anjo dança também?-Marcos tinha me perguntado...
-Não muito bem. Achei melhor ser sincera.
-Que bom, eu não sei dançar, tive medo de você fazer o mesmo que sua irmã, a propósito vocês são tão parecidas, mas meio diferentes.
- Eu sei, ela é mais atirada que eu, nós somos gêmeas, por isso somos fisicamente parecidas, Fernanda pintou o cabelo de loiro, porém são tão ruivos como o meu.
- Em minha opinião você é incrível. - nesse momento eu tinha me apaixonado por ele, depois saímos preocupados com aqueles dois; eles estavam atrás da pilastra aos beijos, eles nos levaram em casa foi assim que tudo começou, telefonemas, passeios, festas, Marcos e eu estávamos num relacionamento sério, Fernanda e Bruno também, eu achei ótimo só que iam rápido demais, dois meses depois ela se mudou para o conjugado dele, dias depois eu descobri o motivo ela me disse que estava grávida, Fefe fazia música na faculdade e eu temi por parecer ser muita responsabilidade, eles se casaram no civil tudo muito simples comemoramos num bar, eu a ajudei em tudo que podia pois trabalhar e estar na faculdade era bem puxado , depois de um tempo Marcos veio morar comigo, era bom ter alguém a quem contar as tristezas, as felicidades e se sentir protegida. Bruno uns anos, mas velho que Fefe se formou e conseguiu um estágio numa agência de advocacia, a vida era complicada, mas pareciam dar conta do recado, 7 meses e meio mas tarde o casal de gêmeos Beatriz e Flavio nasceram, foi lindo eu chorei horrores tinha virado tia daquelas lindas crianças. Eles conseguiram achar uma casinha com dois quartos um pouco pequena, mas dava para morar, e ali ficaram, um aperto dali uma dificuldade daqui. A faculdade eu terminei e Fefê também com a nossa ajuda. Todos nós demos apoio a ela , ela ficou radiante por um longo tempo, as crianças cresceram eles se mudaram, bruno se dedicou a carreira para dar o melhor para a sua família, me casei com marcos foi tudo lindo amava ele demais, ele virou professor de faculdade, ele era tão paciente, nasceu para isso, a família dele tinha uma situação um pouco confortável e não tivemos tantos problemas, construímos um relação de confiança, nós éramos unidos. Quando tudo parecia bem, eles chegaram, os Oliveira, se mudaram, parecia uma família normal, Ramon o marido de Ingrid, os filhos Renato e Isabella. Renato era dois anos mais velho que Isabella, eles implicavam um com o outro, sempre achei engraçado por serem vizinhos. Bruno e Fernanda foram se apresentar, os anos se passaram as famílias ficaram unidas, amigas mesmo, eu percebia que Fernanda era amiga do Ramon e Ingrid do Bruno, algo parecia estranho mas Marcos falou para não me meter eles eram casados e deviam se entender eles mesmos, Por mas que eu não queira saber ou me meter na vida dela eu sempre cuidei e fiquei preocupada. Eu os peguei, Fernanda e Ramon se beijando numa praça escondidos, mas eu os reconheci,
Não sabia o que fazer então fui consultar ao mais sábio de todos, o meu marido, eu contei a ele, e ele me disse para conversar com ela, pedi folga no hospital e chamei-a para conversar:
- Angela quanto tempo nem passa lá em casa. – Eu a indaguei - ela fingiu estar irritada comigo.
- Oi Fernanda quais as novidades?- Eu estava tentando manter a calma.
- As crianças estão bem, o Bruno está ótimo, ser professora de música não era bem o que queria, eu queria uma banda sair pela estrada conhecer o mundo, mas os gêmeos vieram e tive que mudar os planos. - Ela me deu um sorriso fraco.
- Está culpando seus filhos por sua vida não ser perfeita?- Eu realmente estava perdendo a paciência.
-Não eu amo os meus filhos, mas nem tudo são flores como a sua vida. - eu não estava ouvindo aquilo.
- Minha vida tem problemas também!
-Claro toda vez que eu te ligo você está aproveitando a vida, - qual restaurante vamos comer, não tem comida pronta amor? A empregada quando chega arruma tudo, ou, como vai gastar dinheiro - olha essa casa tanto espaço pra quê, são só vocês dois, sem despesas, sem material escolar, sem ter que dividir tudo em casa, comida, contas, eu não tenho roupas novas a anos e o tempo não parece ter passado pra você!
- Meu marido esta doente – (eu nunca falei aquilo para ninguém, ele não permitia!)
- Gripe se cura o tempo todo. – (Ela ironizou.)
- Marcos tem câncer, ele fica mais doente a cada dia que se passa, minha vida nunca foi perfeita, ela é confortável e todo problema que me aparece meu marido me ajuda a resolver, eu planejei minha vida, ao contrário de você Fernanda, viver intensamente não era sua filosofia? O que foi agora inveja de mim? De quê, pra quê? Ter uma família incrível, isso não é suficiente? E você traindo o Bruno numa praça velha e suja? – Eu estava chorando, toda vez acontece - quando fico com raiva eu choro.
- Não, como? Não é bem isso. - ela não me encarou - quando você soube do Marcos, ele me parece bem...- ela não completou a frase.
- Ele não faz quimioterapia! Mas ele não anda bem, vomita sangue eu não sei o que fazer - estava em prantos - Fernanda me abraçou.
- Eu e Bruno estamos distantes, e Ramon; antes nos só conversávamos sobre o assunto aí ele me abraçava, uma coisa levou a outra, - ela me encarou nessa hora. - eu amo meu marido você sabe, mas ele só pensa naquele maldito emprego ele não liga pra mim ou para as crianças, ele me trai com certeza. - Então ela começou a chorar, e ficamos ali nos olhando cada uma com seus problemas a serem resolvidos.
Meu marido partiu seis meses depois daquela conversa, segui o conselho dele e não me meti, Bruno os flagrou junto com seus filhos houve uma confusão tremenda, ele a expulsou de casa, ela me pediu abrigo eu dei, muita tristeza naquele ano, não houveram festas de fim de ano na minha casa, porém Bruno me pediu para ir a casa dele para celebrar, pois sempre seria da sua família, Fui sem Fernanda , quando cheguei Ingrid com seus filhos estavam presentes não achei estranho, pois agora eles compartilhavam a mesma dor, tinham algo em comum, parecia que estava acontecendo um pequeno romance entre meus sobrinhos e os vizinhos achei tão bonitinho será que estavam juntos antes daquela confusão toda?, Os meus sobrinhos ficaram felizes em me ver, parecia uma atmosfera agradável, comemos, brincamos, rimos, trocamos presentes, entretanto o mais velho de Ingrid parecia meio distante só Beatriz estava perto dele, Nesse momento Bruno veio conversar comigo:
-Oi Angela, que bom que está conosco. - ele estava acabado o homem que estava na minha frente não era nem sombra do que eu conheci há tempos.
- Eu também, queria que Marcos estivesse aqui! – Eu disse a ele.
- Sinto pela sua perda, eu queria que ele estivesse aqui também, ele saberia o que fazer. – Me disse bruno.
- Eu sei, eu sabia dos dois! – (Eu não olhei nos olhos dele quando disse isso).
- E por que não me disse?
- Eu não pude, a vida era de vocês, ela me disse que ia conversar com você e eu estava presa a minha própria dor, sinto muito, me desculpe.
- Tudo bem, nosso casamento estava distante, mas eu nunca acreditei que iria acabar.
- Ela me confessou que você só pensava no trabalho e acreditava que você a estava traindo.
- Ela sempre reclamava das contas, eu só queria dar o melhor para ela, mas nada estava bom.
- Que pena Bruno vocês pareciam tão felizes, eu pensei que seria para sempre.
- Acho que escolhi a irmã errada. - ele me deu um sorriso fraco.
- O que há entre a bia e Renato?
- Não sei, ela não me apresentou como namorado!? Flavio esta sério com Ingrid!
- Que bonitinho! Faço gosto, mas fique de olho na bia, sim.
- Ok.
Nesse momento a luz voltou, minha avó me encarou, eu me levantei da poltrona, eu não queria ouvir, eu iria fazer alguma coisa, qualquer coisa, sair daquela sala seria a primeira opção a seguir, eu sei bem onde isso ia dar. Então as duas me olharam.
- O que foi Bernardo?- Eu percebi o deboche na voz de Millena.
Virei-me e sorri – eu vou encurtar a estória pra você Mimi, a retardada da minha mãe se apaixonou por um idiota, ela engravidou, ele não quis assumir, ele a largou, o pai a expulsou de casa, sua tia avó a acolheu e ela largou o filho com ela e seguiu com sua vida.         Agora os seus pais fizeram tudo certinho, foram pra faculdade juntos, casaram, construíram um negócio, tiveram você e então morreram!- eu já estava nervoso, Millena me olhava de cara feia, minha avó com lágrimas nos olhos; era sempre assim, a raiva me consumia!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

1.Eu não acredito que é segunda!



Em plena segunda - feira, falta-se luz num condomínio imp­ortante desses, e eu que pago um absurdo.Tem velas espalhadas pela sala, minha mãe de criação não aguenta mais minha prima (filha) enxerida, Millena não calava a boca! Sinto uma dor de cabeça vindo.

Meu nome é Bernardo Duarte Oliveira, esse é um resumo da minha história:

Angela Alves Morais, é, esse é o nome da minha mãe, ela nunca me deixa chamá-la assim, só quando brigamos, era raro brigar com ela, mas tinham uns momentos... ... O assunto do meu trabalho, dá raiva daquela maldita mulher que me deu a luz, essas coisinhas que, se dependesse de mim ela esqueceria.

Minha mãe é um anjo em pessoa você já tira pelo nome, adora cozinhar, toca piano que é uma maravilha, tem cabelos lisos branquinhos que eu adoro; ela cheira a lavanda e eu nem sei o porquê. A admiro em tudo, pela vida que teve, abandonada na porta de um orfanato junto com a irmã, estudou numa escola publica a vida toda, conseguiu uma bolsa na faculdade e arrumou um emprego; casou-se e montou uma carreira. Obstetra, o marido morreu e só sobrou o emprego, aposentou-se, e, então eu cheguei, e preenchi o espaço da vida dela, ela pensou em filhos, mas não tinha tempo. Minha prima veio mais tarde para ficar conosco.

- Bernardo querido o que houve? – ela me perguntou, preocupada.

- Ele não tem nada vó, é anti-social. – Falou a enxerida.

- Estou com dor de cabeça só isso.Millena você não fica quieta? - eu a amo, mas é estranha essa necessidade de falar de tudo o tempo todo: da escola, das amigas, dos casos, das fofocas...

- Querido você jantou? Pare de implicar com ele Mimi, e você mocinha, jantou também?

- Mãe não tem graça comer no escuro!

-Bernardo! –  Grita a minha avó.

-Vó me conta a historia da nossa família. Disse Mimi.

Acho que tive um colapso nervoso nesse momento, me mexi na poltrona onde estava de má vontade, aquela historia eu queria esquecer! Tudo que podia dar errado deu...